segunda-feira, 25 de abril de 2011

O trabalho dignifica o homem?


O trabalho cansa o homem, dá sono no homem, estressa o homem, enjoa o homem.

O que você fez nesse feriado?

a)  Colocou o seu trabalho atrasado em dia;
b)  Dormiu como se não houvesse amanhã;
c)  Se divertiu com a consciência pesada, pois não colocou o trabalho atrasado em dia;
d)  Se divertiu com a consciência tranqüila, afinal de contas, cara-de-pau é qualidade de poucos.

É impressionante a forma como o trabalho nos persegue. Aonde quer que estejamos, estamos pensando nele ou fazendo algo para ele.

Há pessoas que dizem não conseguir viver sem o trabalho, que amam o que fazem etc e tal. Eu realmente acredito! Também adoro o que faço! Entretanto, tenho consciência de que o trabalho nos impede de fazer outras coisas que adoramos ainda mais!

Um pedreiro pode gostar de construir casas, mas há dias que ele deve estar com vontade de apenas sentar e tomar uma cerveja. Uma dentista pode gostar de fazer uma obturação, mas há dias que ela quer desmarcar o paciente pra ver a novela. Um advogado pode gostar de procurar formas de defender as pessoas, mas há dias que ele está pouco se importando com isso, quer mesmo é ir jogar tênis. Um psicólogo também tem seus próprios problemas, há dias que ele precisa se  esquecer dos outros para cuidar de si mesmo. Um professor pode amar ensinar coisas novas, mas há dias que ele tem vontade de largar todos os alunos na sala pra ir ao cinema. Uma médica pode achar ótimo fazer cirurgias, mas há dias que ela quer largar tudo pra passar o dia num salão de beleza. Um nadador pode adorar estar na piscina, mas há dias que ele tem vontade de jogar tudo pro alto e ir namorar.  

E esses “há dias” são praticamente todos os dias da nossa vida. Começamos a semana já pensando no final de semana, quando, talvez, faremos aquilo que realmente nos dignifica, nos honra, nos enaltece: a nossa vontade.

Isso porque fazer o que não queremos tem nada a ver com dignificação, e sim com escravidão. É necessário dinheiro pra fazermos aquilo que nós tanto gostamos, mesmo que nas poucas horas que nos restam, e, por isso, para isso, trabalhamos. Dizer que trabalha porque gosta é sinônimo de hipocrisia ou pura loucura. O dia só tem 24 horas e gastamos, em média, 16 horas dele só dormindo e trabalhando. Quem se preocupa em ser feliz não se dá ao luxo de dormir.

Por isso, pense duas, três, quatro vezes se for preciso. Se você ganhasse um prêmio multimilionário na mega-sena, iria mesmo continuar trabalhando?

Pois se trabalho dignificasse o homem, os bares não estariam lotados todas as sextas-feiras de homens e mulheres não dignificados, muitas vezes enchendo a cara. Se trabalho dignificasse o homem, a gente não derramaria lágrimas de emoção devido a um feriado no calendário. Se trabalho dignificasse o homem, você não teria ouvido de todas as pessoas com quem você trabalha: “esse feriado passou voando”. Se trabalho dignificasse o homem, as pessoas não contariam os dias para o final de semana e nem sentiriam aquela pontinha de depressão no domingo à noite.

Se trabalho realmente dignificasse alguém, então não chamaria trabalho, e sim lazer.

Sendo assim, não se martirize num trabalho que você não gosta. Seja o que você quiser: músico, professor, médico, engenheiro, dentista, psicólogo, arquiteto, decorador, administrador, revendedor avon... O que quer que seja! Mas, por favor, seja feliz na sua escolha e não se iluda! Trabalhar sempre será ruim, mas pode ser pior, caso você deixe de ser músico só porque o seu pai acha mais bonito ser advogado.

Com você menos estressado com o seu trabalho, o mundo agradece.

Mari Lima
25/04/2011

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