quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O valor de ser pai

Vocês estão cansados de saber que eu trabalho com criança, certo? Pois bem! Nas últimas semanas, em determinada atividade, foi pedido que elas desenhassem o pai e dissessem uma palavra que o definisse.

Algumas crianças definiram o pai como: engraçado, lindo, maravilhoso, brincalhão, amigão, meu herói e etc. Entretanto, algumas usaram palavras como: bravo, trabalhador, comprador e “não sei”.

E são essas últimas as que me preocupam! Aquelas que não ligam seus pais a um sentimento. Infelizmente, o relacionam a dinheiro, a alguém que está sempre trabalhando, brigando com eles ou simplesmente nem sabem o que dizer.

O que é tão natural para algumas crianças, como achar o seu pai o maior herói de todos os tempos e falar sobre ele com brilho nos olhos, é qualquer coisa para outras.

Nem sempre colocamos as atividades das crianças expostas na escola, mas essa eu fiz questão de colocar. Eu queria que os pais vissem o seu adjetivo de “comprador” e comparassem com aquele que é um “herói”. Coloquei porque queria que eles repensassem sobre o valor de ser pai.

E essa figura do pai vem sendo distorcida até nas próprias propagandas do dia dos pais.

“Burguer King apresenta: como calar a boca do seu pai?! Enchendo a boca dele de Burguer King!”

Como? E desde quando se cala a boca de um pai? Será que o Burguer King não tinha nada mais bonito pra falar sobre o dias pais?

E a propaganda das lojas boticário?

“Quando o seu pai faz ‘rurum’ ele quer dizer que rabo de gato não é pavio. Quando o seu pai faz ‘rurum’ ele quer dizer que amou o presente!”

Que pai é esse que só fala “rurum”? Pai que é pai fala que amou o presente, abraça, beija. Sem falar sobre essa frase desnecessária sobre maltratar os gatos, né?

Parece que tudo nesse mundo muda pra pior. Os pais não sabem mais o valor de ser pai, e com isso, os filhos esquecem o valor de ser filho.

Pai que é pai tem que abraçar, tem que beijar, tem que torcer, estar presente, ser herói.

Eu gostaria (de verdade) de escrever num outdoor que não se conquista filho com dinheiro. Queria poder dizer aos pais que ser “herói” vale mais que ser rico, que ser brincalhão vale mais que ser ausente, que ser lindo vale mais que ser “não sei”.

Uma criança de 5 anos não precisa de um Ipod, precisa que você a leve pra brincar de montinho de areia na praia; uma criança de 5 anos não precisa de um quarto lotado de brinquedos, precisa que você a conte uma história antes de dormir; uma criança de 5 anos não precisa do vídeo game mais caro, ela precisa que você tire o seu sábado para ensiná-la a andar de bicicleta.

Ser pai é mais barato do que vocês pensam.

Ser filho também.

Que tal começar a ser pai agora? Ainda dá tempo. 

Mari Lima

domingo, 14 de agosto de 2011

Eu não saberia ser famosa

Existem dois tipos de fãs nesse mundo: os enlouquecidos e os normais. E por não ser capaz de compreender nenhum desses dois tipos, eu jamais poderia ser famosa.

Quando a Amy Winehouse morreu eu fiquei chocada. Não com a morte dela, claro, mas sim com os fãs que deram entrevistas para os jornais.

O presidente do fã-clube dela no Brasil (pausa para vergonha alheia), ao conceder entrevista a vários jornais, mostrou a Amy tatuada em seu braço e falou sobre o vazio que a morte dela causou em sua vida.

Tudo bem gostar das músicas de uma cantora. Eu mesma gostava das músicas dela. Mas sempre que eu vejo uma pessoa que é presidente de fã-clube (desculpa fazer outra pausa para vergonha alheia, mas é necessário) eu fico com vontade de mandar uma carta, um e-mail, um tweet, um murro na cara... perguntando:

- Amigo, qual o seu problema? Porque você é assim? Sua mãe foi assassinada, seu pai lhe abandonou, sua namorada cometeu suicídio? Qual o seu problema?! Tá carente? Compre um poodle, um hamster, um aquário, uma boneca inflável... Mas, por favor, não pinte a cara de uma pessoa, que nem sabe que você existe, no seu braço! Isso é muito down!

E se gente de fã-clube é enlouquecido, quem são os fãs normais?

São aqueles que pedem autógrafos e tiram fotos.

Uma amiga (alô, @_marianafreire), que não é carente, ficou arrependida de não ter tirado uma foto com Vanessa da Mata no último show que ela fez aqui em Natal.

Mesmo gostando das músicas dela, eu não consigo entender o que move uma pessoa (normal, vale salientar) a esperar numa fila para tirar foto com uma pessoa que ela nem conhece.

- Ah! Mas ela é cantora!
- Tá. E eu sou professora. Você vai tirar uma foto comigo por causa disso?

E vocês já perceberam que, nessas fotos, a pessoa famosa fica com cara de “não agüento mais sorrir” e a outra com um sorriso bobo que quase chega às orelhas?

E é por essas coisas que eu penso que eu jamais poderia ser famosa. Simplesmente porque eu não saberia ser.

Quando um fã chorasse e se esticasse para tentar ticar minimamente na minha mão, eu diria para o próprio bem dele:

- Deixe de ser ridículo, largue a minha mão e vá procurar alguém de verdade pra amar!  

E quando Angélica me perguntasse:

- Mariana, que tal participar do vídeo-game, fazer coisas ridículas, fingir que gosta dos fãs, que cada programa se passa em um dia diferente e que a gente é podre e não troca de roupa?

- Não, Angélica. Obrigada. Eu tenho família, jamais os envergonharia de tal maneira.

E quando Faustão me convidasse para a dança dos famosos, eu responderia:

- Faustão, se dançar na Dança dos famosos inclui ouvir as suas piadas e fingir que são engraçadas, eu passo. E nem me chame pro arquivo confidencial, que eu não vou fingir surpresa e o mundo não precisa saber que a minha família me ama.

Ser famoso deve ser mesmo muito chato. Eu até gostaria de ser, caso não existissem os fãs, claro. 

Mari Lima

domingo, 7 de agosto de 2011

Coisas estranhas que os homens fazem (carro).

Aqui entre nós, os homens costumam fazer umas coisas bem estranhas quando estão dirigindo, coisas essas, que nós mulheres dificilmente compreendemos.

Você, com certeza, já esteve com um homem no carro e ele passou “de lado” pelo quebra-molas, não foi? E você, com certeza, ficou se perguntando o motivo disso, não foi?

Amiga, a resposta é a seguinte: você nunca vai entender. Simplesmente porque essa é uma atitude que não faz o menor sentido. O carro passar “reto” ou na diagonal não faz qualquer diferença. E não tem físico-matemático-químico-especialista-em-carros que me convença do contrário.

Os homens também possuem uma outra mania bem estranha: eles viram psicopatas no trânsito. Todo mundo sabe que existem pedestres lerdos e pessoas que não deveriam ter carteira de motorista, pelo simples motivo de que elas não sabem dirigir. Até aí estamos de acordo. Mas os homens não ficam apenas revoltados com isso, eles viram psicopatas.

Se a gente vê um pedestre atravessando a rua no sinal verde, a gente diminui a velocidade e até dá uma buzinadinha, pra ver se a pessoa fica mais atenta. Mas o que os homens fazem?

Eles aceleram pra dar um susto na pessoa e ela aprender que não se deve atravessar no sinal verde. Coisa de psicopata.

Se um carro desatento entra na nossa frente sem poder, a gente fica com raiva, dá uma buzinadinha pra pessoa e desacelera. E o que os homens fazem?

Eles aceleram ainda mais. Afinal de contas, ele está certo. Se bater a culpa foi do outro, não dele. Coisa de psicopata.

Outra questão é o cuidado exacerbado que eles têm pelo carro. A barba eles não fazem, a roupa pode ser qualquer uma... Mas o carro? O carro não pode passar por cima de um mínimo buraquinho e a gente não pode comer nem um cheetos bola dentro dele. Primeiro porque fica fedendo e depois que dá formiga e barata. Oi? Se alguém encontrar uma formiga ou uma barata dentro de algum carro, por favor, tire uma foto e envie para o meu e-mail. Eu nunca vi e é o meu sonho.

A quarta coisa eu considero mais chata do que estranha. Todos os homens pensam que são professores de auto-escola.

Quando a gente senta ao lado deles, a gente conversa, muda a rádio, canta, dorme, come cheetos bola... Mas quando eles sentam ao nosso lado... Baixa o professor de auto-escola neles! Porque isso? Eu não faço a menor idéia!

- Olha o buraco! Olha o buraco! OLHA O BURACOO!
Aí a gente passa por cima do buraco.
- Parece que mira no buraco!
Aí a gente muda de faixa.
- Você olhou mesmo se não vinha carro? Eu acho que você não olhou não...
- Claro que olhei!
- Acho que não, hein?
Aí a gente fica com ódio. Mas como somos seres mais elevados, abstraímos.
- Olha o quebra-molas!
Aí a gente passa na maior velocidade.
- Quer acabar com o carro, é?
- O carro é meu e eu passo com a velocidade que eu quiser.
- Calma! Só to ajudando... (com cara de ofendidinho)
Aí a gente esquece que é um ser elevado, pára o carro e diz:
- Desça e vá a pé!

Outro ponto interessante é que eles sempre desconfiam e monitoram o frentista. A gente aproveita o tempo em que o carro está sendo abastecido para retocar o batom, arrumar o cabelo, fazer uma ligação...

Eles não.

Eles sempre acham que o frentista pode roubá-los. Por isso eles monitoram cada litro e cada real que vai subindo naquele painel da bomba. Além disso, ficam com medo que o frentista mele o carro com combustível, porque mancha e tem frentista que não sabe parar na hora certa.

E, por último, eles sempre precisam mais do que tudo na vida de um bom som. A gente compra um som normal e se sair música já tá ótimo. Mas eles, estranhamente, conseguem perceber a diferença entre um som bom e um som ruim. E pior! Gastam muito dinheiro com isso.

Por isso que eu digo: homens fazem coisas estranhas por toda parte, mas parece que quando o assunto é trânsito e carro eles tendem a piorar. Estranho, não?

Mari Lima

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Devaneio relâmpago – CityVille

Você também não joga esse jogo, não quer jogar e tem raiva de quem joga? Tem mais raiva de quem joga do que do próprio jogo? Pois você está no blog certo!

E vocês já perceberam que são sempre as mesmas pessoas que mandam a solicitação do cityville? Eu imagino que elas sejam contratadas pelo Mark Zuckerberg e que ganham um dinheirão por isso. Porque não tem condições de um ser humano jogar cityville, querer que todos joguem e enviar convites desse jogo every single day!

Dá vontade de perguntar:

“Qual o teu emprego, querida? Enviadora de solicitação de cityville?”

“Você é burra ou se faz? Se há mais de um ano você me convida e eu nunca aceitei, deve ser porque eu não quero jogar, você não acha?”

E esse jogo é uma praga! Você escolhe a opção para desabilitar esse convite, mas ele volta! Como toda coisa chata!

Por isso, entre na campanha contra o cityville colocando no seu status: “Desista! Eu não vou jogar cityville!”

Mari Lima