domingo, 22 de maio de 2011

O lado bom das músicas ruins



O lado bom das músicas ruins

Para iniciar esse texto, é necessário explicar o que vem a ser uma música ruim. Gosto é gosto, e quanto a isso não vamos discutir. Entretanto, músicas boas são músicas boas e músicas ruins são músicas ruins. O que existe é o gosto de cada um, não de qual lado estão encaixadas as músicas (bom ou ruim). Ou seja, você pode gostar de qualquer música, mas não é o fato de você gostar que essa música se transformará em boa.

Façamos um teste com duas músicas que falam sobre amor.

Música 1: “De chocolate nosso amor é feito, então não tem jeito, gruda em mim. Isso não é só confete, me abraça, enlouquece, meu vício sem fim” (Chocolate – Luan Santana )

Música 2: Quando você sambou na roda, fiquei afim de te namorar. O amor tem essa história, se bate já quer entrar, se entra não quer sair. Ninguém sabe explicar” (Água da minha sede – Roberta Sá)

Agora responda: Qual delas é a boa música e qual delas é a ruim?

Não sabe responder? Ficou na dúvida? Quer mais tempo pra pensar?

(Pausa para você procurar um prédio alto e se jogar do último andar)

Bom, se você não foi se jogar do último andar do prédio e permanece por aqui, acho que podemos dar continuidade.

As músicas ruins são necessárias na vida. Imagina se todas as pessoas só ouvissem Chico Buarque, Ella Fitzgerald, Roberta Sá e companhia? Elas não ririam. As músicas ruins são mais alegres, mais engraçadas e tem coreografias com gente boba dançando.

Mas vocês já perceberam que as pessoas que só escutam boas músicas e criticam as ruins, normalmente, são sérias e tendem a depressão? Isso mesmo, elas são tristes! Tão tristes e esquisitas que querem ouvir Gal Costa num churrasco.

Na época em que o “É o tchan” existia eu era a criança mais feliz do mundo. Dançava horas e horas e sabia todos os passos decorados. Quando teve o concurso da “nova loira do Tchan”, eu só não participei porque era criança, tinha os cabelos escuros, era semi-desnutrida e minha mãe teria um ataque. Só por isso.


Com o “É o tchan” eu aprendi, desde pequenininha, que pau que nasce torto, nunca se endireita.

Que manter uma dieta saudável é super importante:


“Nada de fritura, de gordura, de loucura, de farturDiet, light. Tem que comer bem... bem, bem, bem. Vai pra frente, pra frente, pra frente, pra frente” (Aeróbica do Tchan)


Além, é claro, de aprender sobre a cultura do Japão:

“Todo mundo ligado na dança da gueixa. Arigatô, ô, ô, ô, ô, Saionará, á, á, á, á. Samurai quer ver bumbum mexer, Samurai quer sushi pra comer, Samurai quer amarrar o tchan, Samurai quer tchan, tchan, tchan, tchan" (Ariga Tchan)  

É óbvio que eu sei que essas músicas são o extremo da ruindade, que a “poesia” do chocolate de Luan Santana não é nada quando comparada às letras do “É o tchan”.

Mas, a grande questão é que nem tudo que a gente gosta, precisa necessariamente ser lindo, maravilhoso, culto, inteligente, bacana.

O melhor lado das músicas ruins é cantar, dançar, rir com as letras ridículas e se divertir. Quer coisa melhor do que isso? Além do mais, é através das músicas ruins que podemos observar até que nível pode descer a criatividade do ser humano.

Experimente ser menos rígido com seus gostos musicais e aproveitar o lado cômico das músicas ruins.

Volta, É o tchan! 


Ps : Alguém sabe de qual enciclopédia o cumpadji Washington tirou o termo “farturdiet” e o que ele significa?

Ps2: O grupo “É o tchan” ainda es existe. Mastá longe de ser aquela explosão de criatividade na companhia do nosso saudoso Jacaré.


Mari Lima

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