domingo, 26 de agosto de 2012

Aprendendo com francesas e cavalos



Não costumo folhear revistas quando vou ao salão, sempre prefiro conversar sobre “gayzises” com o cabeleireiro. Mas da última vez em que estive lá, uma capa me chamou atenção: “O segredo das mães francesas”.

A matéria falava sobre uma americana – Pamela Druckerman – e o seu livro “French children don’t throw food” (Crianças francesas não atiram comida). Tudo começou quando ela foi morar na França e passou a sentir vergonha do comportamento dos próprios filhos. Intrigada, ela passa a pesquisar as mulheres francesas e os que elas fazem para os seus filhos serem tão bem educados.

Falemos do Brasil.

Ninguém mais se espanta com criança dando mini-showzinho em supermercado, loja de brinquedo, restaurante... É rotina, é normal.

Só que não é.

O adulto esquece que quem manda é ele. Que ele é detentor do controle e ele dá a ultima palavra, doa a quem doer. Criança necessita de disciplina. Do verbo “necessitar” mesmo. Sem ela a criança sofre.

E criança não é besta, ela testa o adulto. Eu mesma já tive o meu dia de Ivete Sangalo aos 5 anos e dei showzinho no supermercado. Eu queria um chocolate e o meu pai disse que não. A partir daí eu comecei a fazer “escola de samba” – apelido que minha avó deu ao movimento simultâneo de pernas, braços e cabeça que eu fazia quando era contrariada – e a gritar. Meu pai, com sua inerente calma, pegou o chocolate e passou no caixa. Eu, achando que tinha sido mais esperta, fiquei com aquele sorriso de vencedora, conta ele. Chegando em casa, ele dividiu o chocolate entre quatro: ele, minha mãe e minha duas irmãs.

Resultado 1: meu pai foi adulto suficiente para ser mais esperto que eu.
Resultado 2: faz 20 anos que eu não dou showzinho no supermercado.

Mariana, e os cavalos?

Bom, o meu professor costuma dizer o seguinte: “Os cavalos são muito inteligentes e eles sempre vão testar você. O que você tem que fazer é pensar antes dele. Você manda. Não seja passiva. Encurte a rédea”.  

E é bem assim mesmo: se a gente deixa a rédea longa demais, dá margem pra eles fazerem o que quiserem. Inclusive nos derrubar. E com criança não é diferente. Pulso firme é essencial. E que fique claro que isso não tem nada a ver com palmada ou gritos, mas com olhar firme e tom de voz. O respeito que o próprio adulto se dá, é o que ele terá de volta da criança.

Cavalos e crianças: uma comparação infeliz. Mas comparei tá comparado. Longe de mim voltar atrás.

Gayzises: conversa sobre o que rola no mundo da moda, cabelo e maquiagem..

Mari Lima



2 comentários:

  1. sempre gosto de comparar crianças e cachorros. tantos no comportamento quanto nas atitudes das pessoas com ambos... hahaha.
    só não falo na frente dos pais...

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