terça-feira, 5 de junho de 2012

Diálogo entre amigas: relacionamento virtual


Eis que chega a mensagem de uma amiga no celular: “Preciso falar com você urgente”.

Mulher que é mulher não dispensa uma fofoca. Paro tudo o que estou fazendo e ligo.

- Oi! O que foi? Conta!

- Mari, sabe Joãozinho?

- Sei.

- Bom, ele mudou o status do face para “em um relacionamento sério”.

- Ah! Então vocês tão namorando?

- Essa é a questão urgente! Eu não sei!

- Como assim você não sabe?

- A gente não conversou especificamente sobre isso... tanto pode ser que ele esteja em um relacionamento sério comigo (sem que eu saiba), como pode ser que ele esteja namorando com outra pessoa...  Entende?

- Complexo.

- E agora? O que eu faço?

- Você tem duas opções, amiga:

A primeira é ligar e perguntar. Se ele estiver namorando com você, ele vai ficar chateadíssimo por você ter perguntado, já que você deveria saber, né? Mas se ele estiver namorando com outra pessoa, ele pode achar você meio bobinha por achar que estava namorando só por causa de umas saidinhas. Prepare-se!

- E a segunda?

- A segunda é deixar acontecer. Espera uma pessoa curiosa (essa pessoa existe na lista de amigos de todo mundo) perguntar com quem ele está namorando e aí a gente vê se ele vai dizer o seu nome ou não.

- Ai, que difícil! O que você faria?

- Eu escolheria a segunda opção. E se eu descobrisse que era comigo que ele estava namorando... já terminaria a relação pelo facebook mesmo. Homem que muda o status do facebook antes da mulher não merece respeito.

- É, né?

- É! Esse tipo de homem carente começa mudando o status do face, daqui a pouco ele tá mandando mensagens “txuqui- txuqui” abertas para todos os amigos e quando você menos espera... ele está lhe chamando de “vida”!

- Socorro!!

- Socorro mesmo! Descobre se a namorada é você e acaba logo com isso!

- Ai, Mari... Brigada! Que bom que você sempre tem uma solução plausível pra tudo.

- De nada, amiga. 

Mari Lima

sábado, 2 de junho de 2012

Festas Juninas pra quem não leu (texto já publicado em junho do ano passado)

A minha filosofia de vida é: eu não danço quadrilha. Primeiro que é chato e segundo que não faz sentido.

O cara da banda diz: “Escolham seus pares, nós vamos começar a quadrilha!”

Oi? Pra quê escolher o meu par se vocês vão ficar fazendo um sangê sem fim? Porque quadrilha é assim, a gente passa os primeiros dois segundos com o nosso par, depois passa pela mão de todos os homens da festa e quando a gente fica feliz que chegamos ao nosso par novamente... A quadrilha acaba! Agora me responda, isso faz sentido?

Sem falar que quadrilha é o tipo de “divertimento” para pessoas socialmente bem resolvidas. Para as envergonhadas é um tormento! A minha segunda filosofia de vida é: eu não danço com pessoas desconhecidas. Por quê? Primeiro que eu não sou obrigada e segundo que é constrangedor. Dançar com um desconhecido da festa, pra mim, é o mesmo que passar na rua, olhar pra qualquer homem e dizer: “E aí? Vamos fazer um balancê”?

Sem falar que a maior tensão da quadrilha é não saber com quem você vai fazer o próximo balancê. E é incrível como sempre, sempre mesmo, eu faço o balancê com o jogador de basquete, o Jô Soares, o velhinho sem ritmo...

E as comidas típicas? Tudo bem as pessoas gostarem de comida de milho. Mas precisa mesmo ser tudinho de milho? Imagina você, que adora queijo, chegar em um restaurante e o cardápio ser: bolinho de queijo, pastel de queijo, fondue de queijo, pão de queijo e cheesecake de sobremesa? Eu até gosto de comidas de milho, mas tradição também tem limite! Uma pizza no cardápio das festas juninas não iria mal.

Além da quadrilha e das comidas totalmente típicas, eu também mudaria algumas pequenas coisas. Como, por exemplo, gente que dança esquisito. O que me incomoda não é se o casal dança bem ou mal... É o nível de empolgação! Festa junina não é o extinto “Mini pagodeirinhos” do Raul Gil e nem a “Dança dos famosos” do Faustão. Contenham-se!

E os fogos? Alguém me explica a graça, a felicidade, o divertimento, a paixão, o amor de soltar fogos? Fogos promovem barulho, acidentes e matam cachorros de susto e tremelique. Nada mais.

E para concluir, eu também exterminaria das festas juninas as moçoilas que não sabem se vestir adequadamente. Não existe nada mais fácil na vida do que se vestir para uma festa de São João. São apenas três opções: roupa tipicamente junina, qualquer blusa ou vestido quadriculado ou roupa normal, já que ninguém é obrigado a entrar no clima da pamonha e da canjica.

Só que sempre tem uma menina que usa a única opção que não pode: a de matuta-prostituta. Nada contra as prostitutas, mas vestir uma saia quase mostrando a calcinha, com uma meia arrastão e um corcelet estufando os peitos, não é matutisse, é festa à fantasia e a pessoa escolheu ir de coelhinha da playboy.

Por essas e outras que festas juninas sem quadrilha, fogos, gente que dança esquisito, comidas totalmente típicas e gente que se veste inadequadamente, seriam ótimas festas. Eu iria para elas todos os finais de semana, caso existissem.

Mari Lima

quinta-feira, 17 de maio de 2012

O problema é não beber


A vida é mesmo muito estranha e eu tenho um problema seríssimo: não bebo.

Cena 1 – a pergunta:

Chego no barzinho e me sento. A primeira pergunta nunca é “Oi, tudo bem? Como vai?”. É sempre assim:

- Você bebe o quê?

Para essa pergunta você já tira duas conclusões: a primeira é que você tem que beber alguma bebida alcoólica e a segunda é que a pessoa (normalmente a namorada desconhecida do amigo do seu namorado) quer combinar a bebida com você.

A caipifruta vem num copo, não numa jarra! Pra quê que ela quer combinar a bebida comigo? Porque ela não escolhe o que ela quer e pronto? (Meu namorado diz que isso se chama educação, e que a namorada-desconhecida-do-amigo-dele estava apenas querendo ser gentil. Homens! Vai entender!).

Cena 2 – a resposta:

- Ah, eu não bebo, obrigada. Pode escolher o que você quer.

Cena 3 – um minuto de silêncio.

Cena 4 – a pergunta-espanto:

- Não bebe? Mas não bebe porquê?
- Não gosto do gosto.
- Mas não bebe nada nada nada?
- Não, porque tudo tudo tudo tem gosto de álcool.

Esse é momento em que eu penso que a pessoa se contentou e pulo para a parte do menu onde tem as comidinhas gostosas e sobremesas.

Meu namorado tem um pouco de vergonha de mim nos barzinhos, porque, normalmente, eu peço aquilo que ninguém pede.

- Moço, tem sorvete de quê?
- Hã??
- Sorvete. Tem de quê?
- É que no momento a gente tá sem sorvete, moça...
- Ah! Então trás uma cheesecake.

- Amor, a cheesecake tá ruim.
- Claro! Só podia tá ruim! Deve ter sido a primeira cheesecake que eles fizerem na vida! Peça uma coisa normal! 

Aí você deve estar pensando que eu comi, tomei refrigerante e consegui ser feliz no barzinho, certo? Errado. As pessoas nunca se conformam com o fato de você não beber.

As pessoas acham que você não bebe por algum trauma, e elas vão tentar descobrir qual é. Mulher adora saber de uma tragédia!

- Mariana, mas assim, você não bebe sóóóó por causa do gosto mesmo? (Elas esperam que você ache cerveja uma delícia, mas que não beba porque o seu pai é alcoólatra, bate na sua mãe quando bebe e está internado para se livrar do vício, além ter de perdido o emprego e todo o dinheiro da família).

- É! Eu não gosto do gosto. Acho ruim! Prefiro refrigerante, suco...

- Sei... (Esse é o momento em que ela acha que você é daquele tipo de evangélica-xiita que não depila nem as pernas)

Pois é! Mas o que é chato pode piorar! Experimente ir do barzinho para uma boate!

- Mariana! Ainda não tá bebendo nada?! Peraí que eu vou encher um copo pra você! (como se eu não tivesse mão)

- Não quero... Obrigada! Já disse que tô bem!

- Um pouquinho só pra se animar!

- Mas eu tô animada!

O fato é que as pessoas que estão bebendo passam mais tempo enchendo os seus copos do que dançando. Nunca precisei de bebida pra gostar de dançar. Danço “a mulher maravilha e o superman” no mais alto grau de “desinibição” e sem uma gota de álcool. Saio da boate ainda bonita, feliz e dirigindo.

Nada contra quem gosta de bebida alcoólica, quem bebe dentro dos seus limites ou até quem bebe pra dar vexame... cada qual faz o que quer com o seu fígado.

Estou longe de ser careta, não bebo porque não gosto. Mas, de agora em diante, para evitar futuras chateações, levarei um atestado de felicidade. Se você também não bebe e é feliz assim, imprima um pra você também.

Declaração

A UNIAD - Unidade de Pesquisas em álcool e drogas - declara para os devidos fins que Mariana Lima é feliz, dança e canta sem estar sob o efeito de bebidas alcoólicas ou outras drogas. Não encham o saco dela.

Não beber agora é crime? O mundo está mesmo de cabeça para baixo ou fui eu que bebi de menos? 

Mari Lima

terça-feira, 15 de maio de 2012

Indique um livro

Livro - Castelo de Vidro, O 

“Filha, a gente não tem dinheiro para o presente, mas escolhe uma estrela no céu, e fica com ela pra toda a vida.” Todo mundo pode dar uma segunda chance à vida. Em suas memórias, a jornalista e escritora Jeannette Walls nos mostra, sem pieguices e respostas fáceis, que tudo na vida é mesmo relativo, que as adversidades podem ser vividas com leveza, somando aprendizado e grandeza às nossas biografias.

 





sexta-feira, 11 de maio de 2012

Profissão: mãe e dona de casa


Eu e minha mãe rimos muito assistindo ao programa de Ana Maria Braga hoje pela manhã. Era uma conversa entre três mulheres: a primeira havia optado por não ter filhos, a segunda conciliava a vida de mãe com a de profissional e a terceira era mãe e dona de casa.

Rimos da terceira.

Ela trabalhava, mas largou o emprego logo que teve seu primeiro filho. Opção dela. Ana Maria perguntou do que ela sentia falta após ter feito essa escolha.

“Ah... a falta de repertório. Eu só converso com o meu marido sobre coisas de criança, sobre a rotina, sobre o que aconteceu durante o dia...”

Depois dessa declaração todas chegaram a seguinte conclusão: ficar com os filhos em casa é bom, mas a gente não tem sobre o que conversar com as pessoas.

Eu fiquei abismada. Minha mãe mais ainda, claro. Não pela resposta da entrevistada (porque ela pode ser burra o quanto ela quiser), mas pelo consenso absurdo que Ana Maria Braga gerou ao dizer que donas de casa não tem repertório.

Sinto dizer, Ana Maria, mas você não conhece a minha mãe e tantas outras donas de casa que tem mais “repertório” do que você (o que, aliás, não é muito difícil).

Minha mãe nunca trabalhou fora de casa, mas a gente tem televisão. Minha mãe nunca trabalhou fora de casa, mas lê jornal. Minha mãe nunca trabalhou fora de casa, mas sabe muito mais sobre futebol e política do que muita executiva por aí. Não existe mesa de amigos em que a minha mãe não saiba conversar (e com propriedade sobre uma diversidade de assuntos).

Algumas mulheres optam por não ter filhos, outras optam por ter filhos e se dividirem entre eles e o trabalho, outras preferem doar todo o seu tempo aos filhos. Tudo é uma questão de opção. E de vocação também!

Veja bem:

A nossa rotina de criança era mais ou menos assim: minha mãe nos deixava no colégio, depois buscava. Em alguns dias tinha inglês, em outros tinha natação. A noite era voltada para as tarefas e sempre podíamos contar com ela para tirar qualquer dúvida, pois ela sempre estava por perto. Não existia reunião de pais em que ela não fosse a primeira a chegar e até nas festas de São João ela ajudava as professoras nas barraquinhas de milho. Nossa farda estava sempre limpa e impecável e nossos livros muito bem encapados e etiquetados. Não existia recadinho na agenda que a minha mãe não visse e nem almoço que não estivesse gostoso.

A verdade é óbvia e lógica: nem toda mulher tem vocação para ser médica, advogada, professora, dentista, enfermeira, dona de casa, etc. A gente escolhe aquilo que, dentre todas as opções, se parece mais com a gente.

Eu posso gostar de arrumar minha casa e fazer almoço? Posso. Posso gostar de passar o dia cuidando dos meus filhos e testando novas receitas? Posso. Posso gostar de decorar a minha casa e pensar em cada detalhe para deixá-la mais bonita? Posso.

Posso gostar de passar pano na casa e ainda assim ser inteligente, bonita e interessante? Claro que posso!

A única coisa que eu não posso é querer ser inteligente e assistir a um programa onde a apresentadora conversa com um papagaio.

Ps: Mainha, você é a dona de casa mais linda do mundo e eu tenho muito orgulho de ser sua filha! Feliz dia das mães!

Mari Lima 

domingo, 25 de março de 2012

Até Maio!

Não vou dar conta do blog durante o mês de abril... 
Por isso, passo pra avisar que o blog foi obrigado a tirar férias e retornará com força total em maio!

Até lá!

beijos,

Mari Lima

terça-feira, 6 de março de 2012

Qual o seu segredo de beleza?

Estava assistindo a um programa sobre beleza e a entrevistada era a cantora Cláudia Leitte (que, por sinal, esbanja beleza). Perguntaram a ela o que seria uma mulher “super bonita”.

“Mulher super bonita pra mim é toda aquela que sabe o que quer”.  

Oi?

Se fosse eu a entrevistadora diria: “Cláudia Leitte, mulher que sabe o que quer é uma mulher decidida. Eu estou lhe perguntando o que é uma mulher super bonita, sua super burra!”  

(Pausa para a minha demissão)

Que tolice essa de não falar sobre beleza com naturalidade... É o medo de ser considerada fútil? E o que Cláudia Leitte tem a esconder? A gente sabe que ela não é uma Einstein da vida, né?

E não falo só dela, mas de quase todas as atrizes/cantoras lindíssimas que não contam o que fazem para manter a beleza.

“O meu segredo de beleza é beber muita água, ter Deus e felicidade dentro do meu coração”.  

Se água embelezasse alguém Solange do Aviões do Forró não tinha gasto tempo e dinheiro fazendo redução de estômago, né? Teria comprado um botijão de água que custa três reais. E vamos combinar que se Deus e felicidade embelezasse alguém esteticamente, os publicitários procurariam modelos em igrejas, não em agências.

Beleza é uma coisa que, infelizmente, não veio para todos, mas podemos usufruir de uma infinidade de artifícios que podem nos ajudar a melhorar.

O mercado de produtos de beleza vem crescendo mais de 10% ao ano, o Brasil é o terceiro maior mercado de produtos de beleza – ficando atrás apenas do Japão e Estados Unidos – e o segundo maior mercado para cirurgia plástica.

Nós brasileiras consumimos muito no que diz respeito a beleza! Não adianta negar, Claudia Leitte! Está nas estatísticas! Nós só queremos que vocês, atrizes e cantoras super bonitas, assumam que também não são perfeitas e que consomem beleza assim como nós!  

Nós só queremos que vocês parem com esse blá-blá-blá de sorriso, felicidade e paz no coração e nos digam os nomes dos cremes!

Sim, os nomes dos cremes! Que eu quero anotar! Pode ser?

Obrigada.

Mari Lima