s.f.
Recordação suave e melancólica de pessoa ausente, local ou coisa distante, que
se deseja voltar a ver ou possuir. / Nostalgia. /
6 meses morando nos Estados
Unidos. Dizem que quando a gente fala da saudade ela diminui. Verdade ou não, não
sou do tipo que guarda sentimentos.
Como anda minha Natal? Saudade
da noite natalense, quando, na maioria das vezes, não tinha nada pra fazer. E
aí você ligava pros seus amigos e ia pra onde? Pra um barzinho! Lógico! Jogar
conversa fora e rir alto. Rir alto me faz falta! As pessoas falam que
brasileiro é barulhento, eu falo que a gente é feliz!
Às vezes bate uma vontade de
ter os amigos do lado quando eu tenho uma piada ótima, mas eu sei que ninguém
aqui vai entender. E é por isso que, aqui, meu celular é mais importante do que
nunca. Porque ele não é só um celular, é uma caixinha onde eu guardo todos os
meus verdadeiros amigos: os que acham graça nas mesmas coisas que eu. Aqueles
que enchem o meu coração de alegria.
Saudade de comer comida boa.
Feijão verde, macaxeira, churrasco... de ter tapioca no café da manhã e
toddynho na geladeira. De jantar no Pinga fogo no domingo a noite só pra fugir
de Faustão e reclamar que o sushi tá cada dia mais caro.
Saudade de ligar o som do
carro e me divertir com as músicas falando de chifre, rapariga, carro e
dinheiro, e de não ser aquela pessoa que fala “pobrema” e “menas”. Saudade de
ser gramaticalmente correta.
Saudade de ser cidadã e não
só mais uma estrangeira. Logo eu, que sou a pessoa mais envergonhada do mundo,
tenho vontade de falar com brasileiros quando os encontro na rua. Só pra falar
português, só pra saber da história deles, só pra dizer “eu também sinto muita
falta do Brasil”.
E é por isso que eu tô
sempre falando do Brasil. Das coisas boas e também das ruins, claro. Já tá na hora das pessoas aprenderem que Brasil
não é só mulher nua, que carnaval são só quatro dias no ano e que ninguém mora
na Sapucaí. A gente trabalha e a gente também tem o que fazer.
É tudo tão diferente. Só os
cachorros que não mudam. Não importa a língua, eles serão sempre as coisas mais
fofas que Deus já criou. De português a catalão... eles não só lhe entendem,
como também lhe amam e lhe respeitam pelo que você é.
Porque
não importa quantas línguas a gente fale, nada é melhor do que se sentir em
casa, no aconchego dos nossos. Mas a vida é mesmo muito imprevisível e eu acho que o que Deus quer mesmo é que a gente
encontre a felicidade, onde quer que a gente esteja.
Ps: Mainha, Painho,
Renata, Júlia, Paula, Tia Pipipa, Tia Bá, Pati, Victor, Amanda e vovó, vocês
são tudo pra mim.
sf
Remembrance soft and melancholy missing person, local or distant thing, you
want to see again or possess. / Homesick. /
Six months living in the United States. People
say that when we talk about missing it slows down. True or not, I'm not the
type of person who keeps feelings to myself.
How is my city? I miss the nightlife in Natal
when in most cases had nothing to do. Then you call your friends and where you
go? To a bar, of course! Chilling and laughing out loud. I miss laughing out
loud! People say that Brazilians are noisy, I say we are happy!
Sometimes I wish I had my friends by my side
when I have a great joke, but I know no one here will understand. And that is
why here my cell phone is more important than ever. Because it's not just a
phone, is a box where I keep all my true friends who have fun with the same
things I do. Those who fill my heart with joy.
I miss eating good food. Green beans,
macaxeira, barbecue ... having tapioca for breakfast and Toddynho in the
fridge. Having dinner at Pinga Fogo on Sunday night just to get away from
Faustão and say that the sushi are increasingly expensive.
I miss turning on the radio and have fun with
the songs about hookers, cars and money and I also miss don’t be that person
who says "more small" and "more tall". I miss being
grammatically correct.
I miss being a citizen and not just another
foreigner. Even me, the shyer person in the world, I want to speak to
Brazilians when I meet them somewhere. Just to speak portuguese, just to know
the history of them, just to say "I really miss Brazil too".
And that's why I'm always talking about
Brazil. The good things and the bad things too, of course. It's time for
people to learn that Brazil is not only naked woman, that Carnival is only four
days in the year and that no one lives at Sapucaí. We work and we also have
stuff to do.
It's all so different. Only the dogs are the
same. No matter the language, they will always be the cutest things God has
created. From Portuguese to Catalan ... they will not only understand, but also
love you and respect you for who you are.
Because no matter how many languages we
speak, nothing is better than feeling at home in the comfort of our own. But
life is really unpredictable and I think that God wants us to find happiness,
wherever we are.
Ps: Mainha, Painho, Renata, Julia, Paula, Tia Pipipa, Tia Bá, Pati, Victor, Amanda and vovó, you guys are my everything.
Te amamos, minha linda!
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