Eu
e minha mãe rimos muito assistindo ao programa de Ana Maria Braga hoje pela manhã.
Era uma conversa entre três mulheres: a primeira havia optado por não ter
filhos, a segunda conciliava a vida de mãe com a de profissional e a terceira
era mãe e dona de casa.
Rimos
da terceira.
Ela
trabalhava, mas largou o emprego logo que teve seu primeiro filho. Opção dela. Ana
Maria perguntou do que ela sentia falta após ter feito essa escolha.
“Ah...
a falta de repertório. Eu só converso com o meu marido sobre coisas de criança,
sobre a rotina, sobre o que aconteceu durante o dia...”
Depois
dessa declaração todas chegaram a seguinte conclusão: ficar com os filhos em
casa é bom, mas a gente não tem sobre o que conversar com as pessoas.
Eu
fiquei abismada. Minha mãe mais ainda, claro. Não pela resposta da entrevistada
(porque ela pode ser burra o quanto ela quiser), mas pelo consenso absurdo que
Ana Maria Braga gerou ao dizer que donas de casa não tem repertório.
Sinto
dizer, Ana Maria, mas você não conhece a minha mãe e tantas outras donas de
casa que tem mais “repertório” do que você (o que, aliás, não é muito difícil).
Minha
mãe nunca trabalhou fora de casa, mas a gente tem televisão. Minha mãe nunca
trabalhou fora de casa, mas lê jornal. Minha mãe nunca trabalhou fora de casa,
mas sabe muito mais sobre futebol e política do que muita executiva por aí. Não
existe mesa de amigos em que a minha mãe não saiba conversar (e com propriedade
sobre uma diversidade de assuntos).
Algumas
mulheres optam por não ter filhos, outras optam por ter filhos e se dividirem
entre eles e o trabalho, outras preferem doar todo o seu tempo aos filhos. Tudo
é uma questão de opção. E de vocação também!
Veja
bem:
A
nossa rotina de criança era mais ou menos assim: minha mãe nos deixava no
colégio, depois buscava. Em alguns dias tinha inglês, em outros tinha natação.
A noite era voltada para as tarefas e sempre podíamos contar com ela para tirar
qualquer dúvida, pois ela sempre estava por perto. Não existia reunião de pais
em que ela não fosse a primeira a chegar e até nas festas de São João ela
ajudava as professoras nas barraquinhas de milho. Nossa farda estava sempre
limpa e impecável e nossos livros muito bem encapados e etiquetados. Não
existia recadinho na agenda que a minha mãe não visse e nem almoço que não
estivesse gostoso.
A
verdade é óbvia e lógica: nem toda mulher tem vocação para ser médica, advogada,
professora, dentista, enfermeira, dona de casa, etc. A gente escolhe aquilo que,
dentre todas as opções, se parece mais com a gente.
Eu
posso gostar de arrumar minha casa e fazer almoço? Posso. Posso gostar de
passar o dia cuidando dos meus filhos e testando novas receitas? Posso. Posso
gostar de decorar a minha casa e pensar em cada detalhe para deixá-la mais
bonita? Posso.
Posso
gostar de passar pano na casa e ainda assim ser inteligente, bonita e
interessante? Claro que posso!
A
única coisa que eu não posso é querer ser inteligente e assistir a um programa
onde a apresentadora conversa com um papagaio.
Ps:
Mainha, você é a dona de casa mais linda do mundo e eu tenho muito orgulho de
ser sua filha! Feliz dia das mães!
Mari Lima
Mari minha querida sobrinha, afilhada e por não filha querida. Fiquei emocionada ao ler seu devaneio a respeito das mães ou melhor das escolhas de cada mulher. Fico muito feliz por você ter esta percepção do papel de ser mãe, dona de casa e principalmento por reconhecer a mãe maravilhosa que Deus te deu. De todas as funções realizadas por mim, a que me deixa mais realizada e feliz é a de ser mãe. Agradeço a Deus por estes 6 filhos maravilhosos.
ResponderExcluirAmo vocês
Minha Mari,eu amo vocês demais,tudo que eu fiz com vocês e por vocês foi com muito amor e varia tudo de novo.Fiquei com saudades de todos os momentos de vocês criança, também não é nada complicado ser mãe de filhas tão maravilhosas como vocês!Vou continuar lendo,assistindo tv,tendo vida social,indo para o salão,fazendo aula de dança,...e continuando falando de vocês, e agora também de Julinha!
ResponderExcluirEu espero ser para Júlia a mãe presente e dedicada que Mainha e tia bá firam para a gente criança e continuam sendo até hoje.
ResponderExcluirVocê já é! :)
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