sexta-feira, 11 de maio de 2012

Profissão: mãe e dona de casa


Eu e minha mãe rimos muito assistindo ao programa de Ana Maria Braga hoje pela manhã. Era uma conversa entre três mulheres: a primeira havia optado por não ter filhos, a segunda conciliava a vida de mãe com a de profissional e a terceira era mãe e dona de casa.

Rimos da terceira.

Ela trabalhava, mas largou o emprego logo que teve seu primeiro filho. Opção dela. Ana Maria perguntou do que ela sentia falta após ter feito essa escolha.

“Ah... a falta de repertório. Eu só converso com o meu marido sobre coisas de criança, sobre a rotina, sobre o que aconteceu durante o dia...”

Depois dessa declaração todas chegaram a seguinte conclusão: ficar com os filhos em casa é bom, mas a gente não tem sobre o que conversar com as pessoas.

Eu fiquei abismada. Minha mãe mais ainda, claro. Não pela resposta da entrevistada (porque ela pode ser burra o quanto ela quiser), mas pelo consenso absurdo que Ana Maria Braga gerou ao dizer que donas de casa não tem repertório.

Sinto dizer, Ana Maria, mas você não conhece a minha mãe e tantas outras donas de casa que tem mais “repertório” do que você (o que, aliás, não é muito difícil).

Minha mãe nunca trabalhou fora de casa, mas a gente tem televisão. Minha mãe nunca trabalhou fora de casa, mas lê jornal. Minha mãe nunca trabalhou fora de casa, mas sabe muito mais sobre futebol e política do que muita executiva por aí. Não existe mesa de amigos em que a minha mãe não saiba conversar (e com propriedade sobre uma diversidade de assuntos).

Algumas mulheres optam por não ter filhos, outras optam por ter filhos e se dividirem entre eles e o trabalho, outras preferem doar todo o seu tempo aos filhos. Tudo é uma questão de opção. E de vocação também!

Veja bem:

A nossa rotina de criança era mais ou menos assim: minha mãe nos deixava no colégio, depois buscava. Em alguns dias tinha inglês, em outros tinha natação. A noite era voltada para as tarefas e sempre podíamos contar com ela para tirar qualquer dúvida, pois ela sempre estava por perto. Não existia reunião de pais em que ela não fosse a primeira a chegar e até nas festas de São João ela ajudava as professoras nas barraquinhas de milho. Nossa farda estava sempre limpa e impecável e nossos livros muito bem encapados e etiquetados. Não existia recadinho na agenda que a minha mãe não visse e nem almoço que não estivesse gostoso.

A verdade é óbvia e lógica: nem toda mulher tem vocação para ser médica, advogada, professora, dentista, enfermeira, dona de casa, etc. A gente escolhe aquilo que, dentre todas as opções, se parece mais com a gente.

Eu posso gostar de arrumar minha casa e fazer almoço? Posso. Posso gostar de passar o dia cuidando dos meus filhos e testando novas receitas? Posso. Posso gostar de decorar a minha casa e pensar em cada detalhe para deixá-la mais bonita? Posso.

Posso gostar de passar pano na casa e ainda assim ser inteligente, bonita e interessante? Claro que posso!

A única coisa que eu não posso é querer ser inteligente e assistir a um programa onde a apresentadora conversa com um papagaio.

Ps: Mainha, você é a dona de casa mais linda do mundo e eu tenho muito orgulho de ser sua filha! Feliz dia das mães!

Mari Lima 

4 comentários:

  1. Mari minha querida sobrinha, afilhada e por não filha querida. Fiquei emocionada ao ler seu devaneio a respeito das mães ou melhor das escolhas de cada mulher. Fico muito feliz por você ter esta percepção do papel de ser mãe, dona de casa e principalmento por reconhecer a mãe maravilhosa que Deus te deu. De todas as funções realizadas por mim, a que me deixa mais realizada e feliz é a de ser mãe. Agradeço a Deus por estes 6 filhos maravilhosos.
    Amo vocês

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  2. Minha Mari,eu amo vocês demais,tudo que eu fiz com vocês e por vocês foi com muito amor e varia tudo de novo.Fiquei com saudades de todos os momentos de vocês criança, também não é nada complicado ser mãe de filhas tão maravilhosas como vocês!Vou continuar lendo,assistindo tv,tendo vida social,indo para o salão,fazendo aula de dança,...e continuando falando de vocês, e agora também de Julinha!

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  3. Eu espero ser para Júlia a mãe presente e dedicada que Mainha e tia bá firam para a gente criança e continuam sendo até hoje.

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