domingo, 13 de novembro de 2011

“Cantigas de ninar” ou “Cantigas que Júlia não ouvirá”

Vou ganhar uma sobrinha! (pausa para os fogos de artifício)

E por se tratar de uma família sem crianças, todos enlouquecem a espera de Júlia.

Hoje, por acaso, estávamos conversando sobre cantigas de criança. E muito me impressiona saber que as pessoas que estavam por trás das letras dessas canções não estão presas.

Analisemos:

“Samba-lelê tá doente, tá com a cabeça quebrada, samba-lelê precisava é de uma boa palmada! Samba, samba, samba, ô lelê! Quebra, quebra, quebra, ô lalá!”

Choquei. Do que se trata essa música, gente? A pessoa nasce e a mãe a registra com o nome de Samba-lelê.

Samba-lelê, que nem nome de gente tem, quebra a cabeça! E o que fazem com ela? Levam para o hospital? Não! Dão uma palmada! Afinal de contas, é isso que as pessoas com a cabeça quebrada merecem. E como se não bastasse... Mandam a Samba-lelê sambar! A coitada que já estava com cabeça quebrada e já tinha apanhado, agora tem que sambar!

Vejamos outra:

“O cravo brigou com a rosa, debaixo de uma sacada, o cravo saiu ferido e a rosa despedaçada. O cravo ficou doente, a rosa foi visitar, o cravo teve um desmaio e a rosa pôs-se a chorar.”

E a lei Maria da penha? O cravo saiu apenas ferido, mas a rosa saiu despedaçada!

E no lugar de a rosa ir pra delegacia da mulher denunciar que o cravo bateu nela, ela vai visitar o cravo no hospital! E o cravo, que não é besta nem nada, simula um desmaio, e a idiota da rosa ainda se põe a chorar!

E a do soldadinho?!

“Marcha soldado, cabeça de papel. Quem não marchar direito, vai preso pro quartel. O quartel pego fogo, a policia deu sinal. Acode,acode,acode a bandeira nacional.”

Oi? Os soldadinhos estão marchando na maior pressão, com medo de marchar errado e ficarem presos no quartel... Aí o quartel pega fogo e a polícia dá o sinal!

O sinal para os bombeiros irem salvar os soldados? Claro que não! Para salvarem a bandeira nacional! Os soldados que morram!

Fora que os soldadinhos não tinham um chapéu decente, eram todos de papel! Eu fico imaginando o desespero dos soldadinhos com as cabeças pegando fogo, enquanto os bombeiros salvavam a bandeira, que é de pano.

E como eu poderia deixar de fora a mais clássica de todas?

“Atirei o pau no gato-to, mas o gato-to não morreu-reu-reu. Dona Chica-ca admirou-se-se, com o berro, com o berro que o gato deu! Miau!”

A criança sádica atira o pau no gato esperando que ele morra. Ele não morre. E a Dona Chica, essa velha inútil, no lugar de educar a criança, fica apenas admirada com o berro que o gato deu!

Além de inútil é burra, né? Queria o quê? Que o gato levasse uma paulada e fosse ronronar na perna dela? Morte lenta à Dona Chica!

Bom, depois de ouvir todas essas músicas assustadoras durante o dia, que tal uma pra dormir?

“Nana, neném, que a Cuca vem pegar, papai tá na roça e mamãe foi trabalhar”

Primeiro ela desmerece totalmente o trabalho do pai da criança, que não foi trabalhar, foi apenas passar um tempo na roça. E depois, quem vai dormir sabendo que a cuca vem pegar? Se a cuca vem pegar e papai e mamãe não estão em casa para me defender, como eu vou conseguir dormir?!

São músicas cruéis e assustadoras até para adultos, imagine então para as crianças!

Júlia definitivamente não escutará essas músicas.

Pior que isso, só Xuxa e Patatí Patatá! 
                                                                                          
Mari Lima
                                                                                                      Segue aí! @marinlima

2 comentários:

  1. kkkkkkkkk, eu ri!
    Júlia vai adorar Galinha Pintadinha, todas as crianças que conheço, adoram... pelo menos lá, a música "atirei o pau no gato" ganhou uma versão mais tranquila. kkkkkkkkkkk

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