A
vida é mesmo muito estranha e eu tenho um problema seríssimo: não bebo.
Cena 1 – a pergunta:
Chego
no barzinho e me sento. A primeira pergunta nunca é “Oi, tudo bem? Como vai?”.
É sempre assim:
- Você bebe o quê?
Para
essa pergunta você já tira duas conclusões: a primeira é que você tem que beber
alguma bebida alcoólica e a segunda é que a pessoa (normalmente a namorada
desconhecida do amigo do seu namorado) quer combinar a bebida com você.
A
caipifruta vem num copo, não numa jarra! Pra quê que ela quer combinar a bebida
comigo? Porque ela não escolhe o que ela quer e pronto? (Meu namorado diz que
isso se chama educação, e que a namorada-desconhecida-do-amigo-dele estava apenas
querendo ser gentil. Homens! Vai entender!).
Cena 2 – a resposta:
-
Ah, eu não bebo, obrigada. Pode escolher o que você quer.
Cena 3 – um minuto de
silêncio.
Cena 4 – a
pergunta-espanto:
- Não bebe? Mas não
bebe porquê?
-
Não gosto do gosto.
- Mas não bebe nada
nada nada?
-
Não, porque tudo tudo tudo tem gosto de álcool.
Esse
é momento em que eu penso que a pessoa se contentou e pulo para a parte do menu
onde tem as comidinhas gostosas e sobremesas.
Meu
namorado tem um pouco de vergonha de mim nos barzinhos, porque, normalmente, eu
peço aquilo que ninguém pede.
-
Moço, tem sorvete de quê?
-
Hã??
-
Sorvete. Tem de quê?
-
É que no momento a gente tá sem sorvete,
moça...
-
Ah! Então trás uma cheesecake.
-
Amor, a cheesecake tá ruim.
- Claro! Só podia tá
ruim! Deve ter sido a primeira cheesecake que eles fizerem na vida! Peça uma
coisa normal!
Aí
você deve estar pensando que eu comi, tomei refrigerante e consegui ser feliz
no barzinho, certo? Errado. As pessoas nunca se conformam com o fato de você não
beber.
As
pessoas acham que você não bebe por algum trauma, e elas vão tentar descobrir qual
é. Mulher adora saber de uma tragédia!
- Mariana, mas assim,
você não bebe sóóóó por causa do gosto mesmo? (Elas esperam que
você ache cerveja uma delícia, mas que não beba porque o seu pai é alcoólatra,
bate na sua mãe quando bebe e está internado para se livrar do vício, além ter de
perdido o emprego e todo o dinheiro da família).
-
É! Eu não gosto do gosto. Acho ruim! Prefiro refrigerante, suco...
- Sei... (Esse é o
momento em que ela acha que você é daquele tipo de evangélica-xiita que não depila nem as
pernas)
Pois
é! Mas o que é chato pode piorar! Experimente ir do barzinho para uma boate!
- Mariana! Ainda não
tá bebendo nada?! Peraí que eu vou encher um copo pra você! (como se eu não
tivesse mão)
-
Não quero... Obrigada! Já disse que tô bem!
- Um pouquinho só pra
se animar!
-
Mas eu tô animada!
O
fato é que as pessoas que estão bebendo passam mais tempo enchendo os seus
copos do que dançando. Nunca precisei de bebida pra gostar de dançar. Danço “a
mulher maravilha e o superman” no mais alto grau de “desinibição” e sem uma
gota de álcool. Saio da boate ainda bonita, feliz e dirigindo.
Nada
contra quem gosta de bebida alcoólica, quem bebe dentro dos seus limites ou até
quem bebe pra dar vexame... cada qual faz o que quer com o seu fígado.
Estou
longe de ser careta, não bebo porque não gosto. Mas, de agora em diante, para
evitar futuras chateações, levarei um atestado de felicidade. Se você também
não bebe e é feliz assim, imprima um pra você também.
Declaração
A UNIAD - Unidade de
Pesquisas em álcool e drogas - declara para os devidos fins que Mariana Lima é
feliz, dança e canta sem estar sob o efeito de bebidas alcoólicas ou outras
drogas. Não encham o saco dela.
Não
beber agora é crime? O mundo está mesmo de cabeça para baixo ou fui eu que
bebi de menos?
Mari Lima
Muito bom Maroca.
ResponderExcluirkkkkkkk
ResponderExcluirTb passo por isso!
Tirando a parte de pedir coisas que ninguém pede! kkkkk