A minha filosofia de vida é: eu não danço quadrilha. Primeiro que é chato e segundo que não faz sentido.
O cara da banda diz: “Escolham seus pares, nós vamos começar a quadrilha!”
Oi?
Pra quê escolher o meu par se vocês vão ficar fazendo um sangê sem fim?
Porque quadrilha é assim, a gente passa os primeiros dois segundos com o
nosso par, depois passa pela mão de todos os homens da festa e quando a
gente fica feliz que chegamos ao nosso par novamente... A quadrilha
acaba! Agora me responda, isso faz sentido?
Sem
falar que quadrilha é o tipo de “divertimento” para pessoas socialmente
bem resolvidas. Para as envergonhadas é um tormento! A minha segunda
filosofia de vida é: eu não danço com pessoas desconhecidas. Por quê?
Primeiro que eu não sou obrigada e segundo que é constrangedor. Dançar
com um desconhecido da festa, pra mim, é o mesmo que passar na rua,
olhar pra qualquer homem e dizer: “E aí? Vamos fazer um balancê”?
Sem
falar que a maior tensão da quadrilha é não saber com quem você vai
fazer o próximo balancê. E é incrível como sempre, sempre mesmo, eu faço
o balancê com o jogador de basquete, o Jô Soares, o velhinho sem
ritmo...
E
as comidas típicas? Tudo bem as pessoas gostarem de comida de milho.
Mas precisa mesmo ser tudinho de milho? Imagina você, que adora queijo,
chegar em um restaurante e o cardápio ser: bolinho de queijo, pastel de
queijo, fondue de queijo, pão de queijo e cheesecake de sobremesa? Eu
até gosto de comidas de milho, mas tradição também tem limite! Uma pizza
no cardápio das festas juninas não iria mal.
Além
da quadrilha e das comidas totalmente típicas, eu também mudaria
algumas pequenas coisas. Como, por exemplo, gente que dança esquisito. O
que me incomoda não é se o casal dança bem ou mal... É o nível de
empolgação! Festa junina não é o extinto “Mini pagodeirinhos” do Raul
Gil e nem a “Dança dos famosos” do Faustão. Contenham-se!
E
os fogos? Alguém me explica a graça, a felicidade, o divertimento, a
paixão, o amor de soltar fogos? Fogos promovem barulho, acidentes e
matam cachorros de susto e tremelique. Nada mais.
E
para concluir, eu também exterminaria das festas juninas as moçoilas
que não sabem se vestir adequadamente. Não existe nada mais fácil na
vida do que se vestir para uma festa de São João. São apenas três
opções: roupa tipicamente junina, qualquer blusa ou vestido quadriculado
ou roupa normal, já que ninguém é obrigado a entrar no clima da pamonha
e da canjica.
Só
que sempre tem uma menina que usa a única opção que não pode: a de
matuta-prostituta. Nada contra as prostitutas, mas vestir uma saia quase
mostrando a calcinha, com uma meia arrastão e um corcelet estufando os
peitos, não é matutisse, é festa à fantasia e a pessoa escolheu ir de
coelhinha da playboy.
Por
essas e outras que festas juninas sem quadrilha, fogos, gente que
dança esquisito, comidas totalmente típicas e gente que se veste
inadequadamente, seriam ótimas festas. Eu iria para elas todos os finais
de semana, caso existissem.
Mari Lima
Ai, ai, ai! Adoro ler os seus textos! Com um senso de humor crítico e muito inteligente. Essa da coelhinha da playboy foi ótima! kkkkk
ResponderExcluirBianca (amiga de Renata)