Vocês já pararam pra pensar na quantidade de coisas que deixamos de aprender por achar que é tarde demais?
Matemática,
por exemplo, nunca aprendi. Sempre achei que já estava velha demais. Na quinta série eu já achava que tinha
passado da idade. E não é que eu não quisesse saber matemática, é que eu queria
já ter nascido com ela “aprendida”.
O
fato é que eu sempre achei matemática uma coisa bonita. Sempre achei que as
pessoas que sabiam matemática eram mais inteligentes que aquelas que sabiam
ciências, por exemplo. “Ah, mas matemática
não é pra mim!”. Repeti essa frase da quinta série ao terceiro ano. E não é que
eu acabei acreditando nela?
Dia
desses eu estava no banco e uma senhora me pediu ajuda para fazer um depósito.
- Filha, você faz pra
mim?
-
Faço. Mas a senhora não acha melhor aprender?
- Ah, mas eu não
aprendo essas coisas não... Já passei da idade, minha filha.
-
Vamos tentar? Até porque é perigoso ficar pedindo ajuda a estranhos.
Como
nem eu e nem ela estávamos com pressa fizemos uma aula de banco. E ela
aprendeu.
-
A senhora alguma vez já tinha tentado?
- É sempre o meu
filho que faz essas coisas pra mim. Só numa necessidade que eu venho fazer
sozinha...
-
Pois é! Mas agora a senhora já sabe. Se esquecer, peça ajuda ao seu filho, mas não
deixe que ele faça por você.
- É, né filha? Nunca
é tarde pra aprender.
Nunca
mesmo. Nem matemática, nem um monte de coisas.
Sempre
tive vontade de fazer ballet, de ser bailarina. Nunca fiz quando criança.
Talvez porque me achasse muito magra, talvez porque não tivesse nenhuma amiga
que quisesse fazer comigo, talvez porque fosse longe de casa... e eu fui
guardando essa vontade.
Hoje
faço balé. Simplesmente decidi. Dei meu
primeiro demi plié depois de adulta. Claro
que não tenho a intenção de ser a primeira bailarina de Bolshoi, mas já fico
satisfeita só em ser bailarina; mesmo com todos dizendo: “Ballet? Mas nessa
idade?”.
E
acho que acontece parecido com todo mundo. A gente tem mania de se achar velho
demais. Vez ou outra a gente escuta frases como: “Acho lindo quem sabe dançar,
pena que eu não sei”, “Queria muito saber falar inglês, pena que eu não
aprendi”, “Sempre quis tocar violão, mas nunca fiz aula...”.
Parece
que a gente tem medo de encarar as próprias vontades, né? E assim o tempo vai
passando.
Mas
saiba de uma coisa: seja uma dança, um instrumento musical, um idioma, um extrato
no banco... Nunca é tarde para aprender. Só não aprende quem tá morto.
E
quando eu for preencher a minha ficha no céu, quero logo ir dizendo: “São
Pedro, anota aí: sou bailarina, toco piano, falo quatro línguas diferentes e
sei matemática”.
Será
que vai dar tempo? E você? Já sabe o que quer que São Pedro anote na sua ficha?
Corre
que dá tempo!
Adorei Mari!!
ResponderExcluirArrasou Mari!
ResponderExcluirPior que dizer que já é tarde pra aprender, é dizer que "não tenho tempo" (eu!)!