segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Pedagogas: o que são e o que não são

Já falei em outro post sobre a profissão de pedagoga. Mas sabe quando o assunto parece não ter fim?

Vez ou outra escuto coisas como: “Ah, você é professora de criança, que lindo!”, “Você é professora de criança? Tem que ter muita paciência, né?”, ou “Você que é a tia Mariana?”

Eu entendo que algumas pessoas não falem por mal, por isso sempre gosto de esclarecer. Afinal, pedagogas: o que são e o que não são?

Pedagogas são profissionais, na maioria das vezes com especialização na área, educadoras, integralmente responsáveis pelos seus alunos quando estão dentro do ambiente escolar e pessoas com vida pessoal.

Pedagogas não são tias, babás, profissionais frustradas, pobres, pessoas boas e extremamente pacientes, voluntárias da escola, psicólogas ou socializadoras.

Parece óbvio falar pra vocês que pedagogas são profissionais. Mas é que algumas pessoas parecem não compreender isso. Primeiro porque nos chamam de “tia” e depois porque pensam que não estudamos o suficiente. A gente chama de tia aquelas pessoas que são irmãs da nossa mãe ou do nosso pai. Tias são parentes, professoras são professoras. E isso não desmerece o carinho que temos pelos nossos alunos, apenas nos nomeia da forma como tem que ser.

Outra coisa engraçada que acontece é o fato de as pessoas pensarem que pedagogas são boas pessoas. Eu sou uma pessoa completamente normal, que me chateio com um monte de coisas no mundo. Mas quem não me conhece, pensa que não. Entendam uma coisa, independente de qualquer profissão todos temos o nosso lado pessoal e profissional. Se eu tenho paciência na minha aula? Claro que sim! Lido com crianças de 5 anos de idade, é óbvio que eu preciso ter paciência com elas. Mas não quer dizer que eu seja uma pessoa cem por cento paciente o resto do dia.

E também temos vida social! Professores saem, dançam, usam roupa curta, bebem, brigam, namoram, falam palavrões e tudo mais. Mas a sociedade não aceita. Quer que tenhamos postura de professoras dentro e fora da sala de aula. Pois se querem que sejamos professoras 24h por dia, que me nos paguem por 24h de trabalho. Assim fica justo.

Quando digo que não somos babás, não me ache preconceituosa. Ser babá também é uma profissão muito digna. Mas babá é babá, professora é professora. Entretanto, isso não quer dizer que apenas educamos os nossos alunos, nós também cuidamos deles. Se uma criança fica doente, se machuca, tem diarreia, faz xixi na roupa... temos o dever de cuidá-la, também é o nosso papel, pois ela está longe da família e sob nossa responsabilidade. A professora que diz que apenas educa os seus alunos, está na hora de se aposentar por invalidez.

E, de uma vez por todas, não nos tratem como ”voluntárias de escola”. Não achem que ensinar crianças seja uma doação ou a coisa mais linda e fofa do mundo. É uma profissão como outra qualquer! Não é trabalho voluntário, nós somos pagas por isso!

E nem venha me chamar de pobre! Como já disse antes, não somos ricas e nem nunca seremos (seja trabalhando em escola pública ou particular), mas o discurso de que professora passa fome, já deu! Ganhamos melhor que muitas pessoas de outros cursos superiores.


E por fim - pausa para o apelo - não repitam mais a frase: “Ele é tão pequeno, vai pra escola só pra socializar mesmo!”.

Sabe quem tem que ir pra escola pra socializar? O menino-lobo, que nasceu na selva sem contato com humanos. Crianças (independente da idade) vão para a escola para aprender! Aprender as mais diversas coisas sobre ele, os outros e o mundo.

Pronto. Desabafei. 

Mari Lima

3 comentários:

  1. Mari,você é o máximo.Estava sentindo falta dos seus devaneios!

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  2. rs Mainha agora é uma metralhadora de comentários! Belo texto irmazinha!

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  3. Amiga amei o post, esse desabafo é de todas nós pedagogas que buscam respeito e reconhecimento pela nossa profissão.

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