quinta-feira, 20 de março de 2014

A "modinha" da campanha fios do bem




Como sou professora,  fui desenvolvendo a minha paciência ao longo dos anos, de forma que, poucas coisas me tiram do sério. Poucas mesmos.

Nos últimos dias, tenho visto no facebook e instagram fotos de diversas amigas cortando o cabelo em prol de uma causa (a campanha fios do bem). Como funciona? Você vai ao salão, recebe um corte gratuito e o seu cabelo ajudará pessoas com câncer a receberem uma peruca. Até aí tudo bem, tudo na paz.

Só que uma pessoa resolveu achar que “a campanha fios do bem é bacana, mas, infelizmente, as pessoas só vão cortar o cabelo pra postar a foto e ganhar likes nas redes sociais, porque, segundo a mesma pessoa, isso é uma coisa que pode ser feita a qualquer momento da vida e a maioria não se voluntaria para trabalhar e ajudar as pessoas com câncer e etc” só que com outras palavras, claro.

Não conheço a pessoa, li o post porque alguém na minha timeline curtiu. Isso! Alguém curtiu! Não só uma pessoa, como 160 mais. (1 minuto de silêncio pela nossa indignação)

Só tenho uma coisa a dizer a essa pessoa, aliás, duas. Primeiro o seu post foi muito infeliz, e, segundo, “fazer o bem” não é algo que possa ser medido. Explico.

Fazer o bem é um ato de amor, de amor ao seu semelhante. E esse gesto não pode ser medido como melhor ou maior que outro. Cada um “se doa” da forma que lhe é conveniente. Algumas pessoas ajudam com uma quantidade em dinheiro, minha mãe, por exemplo, servia cafezinho para os doentes do hospital, minha avó vai ao asilo dos idosos e passa uma tarde inteira conversando com eles, outras pessoas vão brincar com as crianças nos hospitais, outras vão de casa em casa pedir doação de alimentos para instituições necessitadas... Tem que gente que doa sangue, tem gente que doa medula, tem gente que trabalha em pastorais na igreja e tem gente que DOA CABELO. Não importa se eu doei o meu cabelo e nunca fui ao hospital servir café, bem como não importa se eu gosto tanto do meu cabelo longo, que prefiro fazer uma coisa diferente pra ajudar.

O que realmente importa é o respeito que eu tenho pelo “fazer o bem” do outro. Não cortei o meu cabelo e nem costumo “tomar dores” por mim, o que me chateia mesmo é o fato de ler um post que julga todas as pessoas que fizeram parte da campanha como se elas estivessem fazendo por “modinha”. Isso me chateia muito, principalmente, por conhecer muitas das pessoas lindas que fizeram isso, que tenho certeza que nem estavam pensando em cortar o cabelo, só cortaram porque viram como uma ótima oportunidade de fazer o bem.

“Ahh!! Mas pra quê tirar foto? Quem quer ajudar não precisa de holofotes!” Discordo. A gente tira foto quando vai a praia, tira foto quando vai sair, tira foto do gatinho, do cachorrinho, selfie no espelho e o escambal! Porquê esconder o fato de que eu estou cortando o meu cabelo para ajudar outras pessoas? Não vejo motivo nenhum pra isso. Eu, por exemplo, adoro dividir momentos alegres no instagram e facebook... Se eu fiz parte de uma campanha e me senti feliz com isso, qual o problema em compartilhar?

Aliás, quanto mais fotos, mais gente fica sabendo da campanha. Com isso, muito mais cabelo para quem precisa, não é mesmo?

Algumas pessoas perdem a oportunidade de ficarem caladas. Se quisesse mesmo ajudar e se estivesse, de fato, preocupada com o fato de as pessoas estarem cortando o cabelo sem o menor sentimento de ajudar ao próximo, teria escrito diferente: teria escrito algo do tipo...

“Muitas pessoas estão doando os seus cabelos para a campanha fios do bem, mas vocês sabiam que vocês podem fazer isso sempre? Os núcleos de apoio estão sempre recebendo cabelos, não precisa de campanha para ajudar. Além disso, a ONG por trás da campanha precisa de muita ajuda e de voluntários... Que tal fazer uma visita?”

Prefiro pensar que ela estava com sono e se expressou de forma errada.

Boa noite, people!

Ps: A campanha congrega cinco salões de Natal (Belezaria, Lirêda Coiffeur, Marcos Galvão, Sheila Wal e Perfil) e aceita a doação de cabelos de qualquer tipo e vai beneficiar pessoas atendidas na Liga, Grupo de Apoio à Criança com Câncer e Hatmo (Humanização e Apoio ao Transplantado de Medula Óssea do RN). É só ligar e marcar!
 
Mari Lima

 


 



 

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

10 fatos que você precisa saber antes de casar


#1 Você vai acabar descobrindo, infelizmente, que se você não fizer a comida, ela não aparecerá magicamente na sua mesa como de costume. E é daí que você se dá conta do quanto você come (café, almoço, jantar, lanchinhos?) e do quanto a nossa mãe não é apenas aquela que nos ama mais que tudo no mundo, ela é aquela que, sobretudo, nos alimenta.

#2 Não existe o gnomo-amigo que lava a sua louça enquanto você está dormindo, é você mesma que tem que fazer. E como você descobriu que não para um segundo de comer... já viu né?

#3 Lembra quando você brigava com seu namorado, entrava no seu carro e ia pra casa como se nada tivesse acontecido? Pois bem, esse tempo acabou, afinal, vocês moram na mesma casa e dividem a mesma cama. Conviver com a cara do outro é inevitável. E a melhor opção é sempre fazer as pazes antes de dormir, porque dormir na mesma cama, sem encostar “um tico” na pele do outro, é uma tarefa muito difícil. Acredite. Eu já tentei.

#4 Fazer cocô vai ser difícil no começo, mas você tem que ser persistente. Até Kate Middleton faz cocô (será, gente?), então entra no banheiro e desencana!

#5 Acabou aquela história de ouvir a buzina do carro e sair de casa linda e maquiada com aquela cara de “só precisei de 5 minutinhos”. Esqueça! Agora é a vida como ela é. Você se depila na frente dele, corta as unhas do pé assitindo a novela juntos e ele vai, inevitavelmente, acabar descobrindo que você não passa hidradante daquele jeito sexy da propagadanda do monange.

#6 Você vai precisar de um 1 minuto de silêncio pela cara de terror do seu marido quando ele encontrar você no meio da sua chapinha. Sabe aquele momento que você tá no meio do processo?! Metade o cabelo de Paris Hilton e metade o cabelo de Dilma? Pronto. Sentiu o drama, né?

#7 Pum é inevitável. Vai acontecer. Se prepare para esse momento. Tirando Sandy e o bebê de Sandy... todo mundo solta pum. Relaxe! (Mas não muito)

#8 Você vai, finalmente, entender o porquê da sua mãe reclamar tanto do preço das coisas no supermercado. Você compra 5 miojos e quando vai passar no caixa dá 100 reais. (juro que não tô exagerando)

#9 Você resolve dar razão a Darwin e entender que só os fortes sobreviverão. Daí você vai parar de comer miojo e toddynho e ligar pra sua mãe pra saber como se cozinha comida de verdade. Disso você tira uma coisa boa e uma ruim: a boa é que é melhor que miojo e toddyinho, a ruim é que nunca é igual a da sua mãe, né? (pausa dramática para lágrimas)

#10 Você vai ouvir as pessoas perguntando quando você vai ter filhos. Casamento pra mãe da gente pode ser resumida em uma única palavra: netos. E em uma frase: Cadê meus netos? E a sua bisavó, que perguntava quando você ia ter bebê desde quando você tinha 15 anos... bom, ela vai parar de perguntar porque ela não lembra mais de você.

Mas o que importa mesmo, de verdade, é que você vai viver os melhores anos da sua vida, com a pessoa que você escolheu para dividir on bons e os maus momentos presentes nela. Por isso, ame, beije, durma agarradinho, receba café da manhã na cama, faça massagem, não tenha vergonha de fazer cocô, solte pum, viva! Faça do seu casamento o melhor do mundo.

Ps: o texto não se aplica se você for Sandy, Kate Middleton, tiver cabelo bom, souber cozinhar ou fizer cocô com fragrância johnson’s baby.
Mari Lima

 

sábado, 23 de novembro de 2013

O pecado da gula e o instagram


Desde quando comer sem limites virou pecado?
Desde antes do cristianismo, dirão alguns.
O catolicismo, com o intuito de controlar os seus seguidores quanto aos seus instintos, definiu como sendo sete os principais vícios da conduta humana: a gula, a luxúria, a avareza, a ira, a vaidade/orgulho, a preguiça e a inveja. O que resultou na popularização dos sete pecados capitais.
Tá, até aí tudo bem.  Só que a gente sabe que a gente é pessimo nesse negócio de seguir à risca a tabelinha. Quem resiste a 10 minutinhos a mais na cama e não deseja (mesmo que por 10 segundos) ser desempregado ou ter nascido cachorro só pra não ter quer levantar e ir trabalhar? Quem nunca deixou de entrar no mar, num lindo domingo de sol, só pra não estragar a escova? Quem nunca sentiu inveja de Grazi Massafera só porque ela era casada com Cauã Reymond? (E depois sentiu ira pq ela deixou ele escapar).
Por isso, eu prefiro dizer que, quem realmente colocou o pecado da gula na nossa cabeça, não foi o Papa Gregório Magno no século 6, mas sim o Instagram nos dias atuais. Eu lembro que eu até me alimentava antes dele. Que eu até lembrava o gosto de um leite condensado.
No início do Instagram era fácil viver. Todo mundo só postava a foto do almoço, do jantar ou do lanchinho. A gente via de big mac a saladinha.
Mas aí, de repente, alguma pessoa bonita e gostosa (que tem que ser gostosa nível 11 pra iniciar uma revolução desde tamanho) começou a postar fotos de beterraba, alface, barrinha de cereal…
Aí, do nada… o gigante acordou! Pra corrupção?
Não, pra dieta e pra qualidade de vida.  
Todo mundo está de dieta! Magros, obesos, ex-obesos, futuros obesos, desnutridos, gente que já morreu… todos!
De forma que eu quero chorar toda vida que eu como uma colher de nutella.
Eu nunca tive os melhores hábitos alimentares do mundo, até porque sempre fui relativamente magra e beirando a desnutrição quando crianca, mas, de uns tempos pra cá, tudo mudou. Inclusive eu.
Ninguém mais come brigadeiro sem explicar a humanidade o motivo.
#Brigadeiro #TPM #PrecisoMuito
#BigMac #Domingo #HojePode
#BoloDeChocolate #MeuAniversario #PerdaoSenhor #SeiQuePequei
Ninguém mais vai pra academia sem dizer que foi. É como ir a Paris ou a Londres e não tirar nenhuma foto.
É ótimo saber que as pessoas estão largando aqueles velhos hábitos alimentares e indo em busca de uma qualidade de vida melhor. Gente que nunca foi pra academia… hoje correndo e pedalando. Gente que sempre comeu de tudo… lendo o rótulo dos alimentos antes de consumí-los. A vida é linda e a gente tem mais é que viver muito mesmo. E com saúde, de preferência.
Mas o engraçado é que tudo no Brasil vira modinha. Qualquer besteira, até dieta. Não fique ofendido, eu me incluo nessa também. Mais “modinha” que eu no Instagram, só se for duas de mim! Se a onda é dieta, eu tô de dieta. Se a onda é foto no espelho, tiraremos foto no espelho. Se o Instagram diz que o bom é comer beterraba e subir escada, subirei escada comendo beterraba. Sou besta mesmo, igualzinho a você.
Mas o difícil mesmo é morar onde eu moro e seguir no Instagram as pessoas do Brasil. Eu moro num país onde as pessoas comem bacon como se fosse a “porção de proteína” da refeição e a geléia de morango como se fosse a fruta do dia. E o problema do tal do bacon é: se vc enrolá-lo numa havaiana e depois mordê-la… ela vai ficar gostosa! Porque esse danado do bacon deixa tudo gostoso.
E aí você vai num restaurante nos Estados Unidos e tenta fazer a linha “sou magrinha porque me cuido” e pede uma salada. Aí  a garçonete traz uma salada com 15 litros de molho de queijo, queijo derretido por cima do brócolis, pedacinhos de bacon e um suco que tem mais açúcar que o mel de 5 colméias.
Quer dizer…
Assim Fica difícil entrar na modinha, gente. Tenham pena de mim!
Vou ali tomar um chá verde e já volto. Mais tarde eu posto a foto, lógico, né? #CháVerde #Saúde #DietaEterna #BrasilContraAObesidade #Instafood #Instamagreza
 
Mari Lima
@marinlima
 

terça-feira, 23 de julho de 2013

Mãe ama infinito

É. Eu tô nostálgica.

Eu não sei sobre a família de vocês - aliás, eu sei um pouco sim. Toda família tem um pouco de amor, um pouco de loucura e alguma tristeza – mas na minha família, as mães tem mania de perseguição: minha mãe, minha tia, minha avó e agora também a minha irmã, que entrou pro time das mães enlouquecidas, acham que nós as culpamos por tudo!

É porque a gente pega aquele álbum antigo cheio de poeira, que fica embaixo do centro da sala ou no maleiro do guarda-roupa, e encontra o quê? Você e suas irmãs com um modelito deveras duvidoso que a sua mãe juuura que era moda! Aí você pesquisa toda a história da moda, desde 1900, e não encontra nada parecido.

Aí a gente cresce e começa a namorar. Se o namorado é estiloso, a mãe diz que é maconheiro-vagabundo-sem-futuro, e se for muito certinho, é porque é sonso e quer lhe engravidar. Aí quando o namoro não dá certo a gente culpa a mãe, que sabia que ele era maconheiro-vagabundo-sem-futuro, e mesmo assim deixou a gente engravidar. E se a mãe proíbe o namoro a gente passa o resto da vida pensando que ela nos privou do amor da nossa vida.

De um jeito ou de outro, a culpa é sempre da mãe. Mãe erra mesmo. Fazer o quê? Ser mãe é um emprego pra vida toda e sem direito a aposentadoria. Imagina a quantidade de erros que você cometeria em 20, 30, 40 anos de profissão? A diferença é que mãe, independente dos erros, é sempre perfeita, com direito a foto de funcionária do mês e tudo.

A gente tem escola pra educar, pai pra dar bronca, avó pra mimar e todo o resto da família pra nos ensinar coisas boas, mas aprender a ser gente mesmo... isso a gente aprende com a mãe.

Mãe é aquela que diz pra gente não aceitar o brigadeiro na primeira vez que oferecem (mesmo que a gente esteja morrendo de vontade). Mãe é aquela que mata só com um olhar quando a gente esquece de dizer “obrigada”, “com licença” ou “por favor”. Mãe é aquela que diz que a gente vai morrer, se a gente provar algum tipo de droga. Mãe é aquela que grita na beira da praia dizendo que a gente tá muito no fundo. Mãe é aquela que mata a gente de vergonha quando liga pra todas as vizinhas pra dizer que a gente “virou moça”. É. Mãe mata a gente de vergonha! E de muito amor também.

Algumas já se foram, outras não. Algumas estão velhinhas precisando do nosso cuidado, outras não. Algumas estão pertinho fazendo almoço e outros miminhos, já algumas estão longe e bem guardadinhas no coração. Essa última é a minha. 

E não importa a distância ou o que o destino nos reserve... Mãe ama em círculos. Mãe tem amor infinito.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Saudade

s.f. Recordação suave e melancólica de pessoa ausente, local ou coisa distante, que se deseja voltar a ver ou possuir. / Nostalgia. / 
6 meses morando nos Estados Unidos. Dizem que quando a gente fala da saudade ela diminui. Verdade ou não, não sou do tipo que guarda sentimentos.

Como anda minha Natal? Saudade da noite natalense, quando, na maioria das vezes, não tinha nada pra fazer. E aí você ligava pros seus amigos e ia pra onde? Pra um barzinho! Lógico! Jogar conversa fora e rir alto. Rir alto me faz falta! As pessoas falam que brasileiro é barulhento, eu falo que a gente é feliz!

Às vezes bate uma vontade de ter os amigos do lado quando eu tenho uma piada ótima, mas eu sei que ninguém aqui vai entender. E é por isso que, aqui, meu celular é mais importante do que nunca. Porque ele não é só um celular, é uma caixinha onde eu guardo todos os meus verdadeiros amigos: os que acham graça nas mesmas coisas que eu. Aqueles que enchem o meu coração de alegria.  

Saudade de comer comida boa. Feijão verde, macaxeira, churrasco... de ter tapioca no café da manhã e toddynho na geladeira. De jantar no Pinga fogo no domingo a noite só pra fugir de Faustão e reclamar que o sushi tá cada dia mais caro.

Saudade de ligar o som do carro e me divertir com as músicas falando de chifre, rapariga, carro e dinheiro, e de não ser aquela pessoa que fala “pobrema” e “menas”. Saudade de ser gramaticalmente correta.

Saudade de ser cidadã e não só mais uma estrangeira. Logo eu, que sou a pessoa mais envergonhada do mundo, tenho vontade de falar com brasileiros quando os encontro na rua. Só pra falar português, só pra saber da história deles, só pra dizer “eu também sinto muita falta do Brasil”.

E é por isso que eu tô sempre falando do Brasil. Das coisas boas e também das ruins, claro.  Já tá na hora das pessoas aprenderem que Brasil não é só mulher nua, que carnaval são só quatro dias no ano e que ninguém mora na Sapucaí. A gente trabalha e a gente também tem o que fazer.

É tudo tão diferente. Só os cachorros que não mudam. Não importa a língua, eles serão sempre as coisas mais fofas que Deus já criou. De português a catalão... eles não só lhe entendem, como também lhe amam e lhe respeitam pelo que você é.

Porque não importa quantas línguas a gente fale, nada é melhor do que se sentir em casa, no aconchego dos nossos. Mas a vida é mesmo muito imprevisível e eu acho que o que Deus quer mesmo é que a gente encontre a felicidade, onde quer que a gente esteja.
Ps: Mainha, Painho, Renata, Júlia, Paula, Tia Pipipa, Tia Bá, Pati, Victor, Amanda e vovó, vocês são tudo pra mim.

sf Remembrance soft and melancholy missing person, local or distant thing, you want to see again or possess. / Homesick. /

Six months living in the United States. People say that when we talk about missing it slows down. True or not, I'm not the type of person who keeps feelings to myself.

How is my city? I miss the nightlife in Natal when in most cases had nothing to do. Then you call your friends and where you go? To a bar, of course! Chilling and laughing out loud. I miss laughing out loud! People say that Brazilians are noisy, I say we are happy!

Sometimes I wish I had my friends by my side when I have a great joke, but I know no one here will understand. And that is why here my cell phone is more important than ever. Because it's not just a phone, is a box where I keep all my true friends who have fun with the same things I do. Those who fill my heart with joy.

I miss eating good food. Green beans, macaxeira, barbecue ... having tapioca for breakfast and Toddynho in the fridge. Having dinner at Pinga Fogo on Sunday night just to get away from Faustão  and say that the sushi are increasingly expensive.

I miss turning on the radio and have fun with the songs about hookers, cars and money and I also miss don’t be that person who says "more small" and "more tall". I miss being grammatically correct.

I miss being a citizen and not just another foreigner. Even me, the shyer person in the world, I want to speak to Brazilians when I meet them somewhere. Just to speak portuguese, just to know the history of them, just to say "I really miss Brazil too".

And that's why I'm always talking about Brazil. The good things and the bad things too, of course.  It's time for people to learn that Brazil is not only naked woman, that Carnival is only four days in the year and that no one lives at Sapucaí. We work and we also have stuff to do.

It's all so different. Only the dogs are the same. No matter the language, they will always be the cutest things God has created. From Portuguese to Catalan ... they will not only understand, but also love you and respect you for who you are.

Because no matter how many languages ​​we speak, nothing is better than feeling at home in the comfort of our own. But life is really unpredictable and I think that God wants us to find happiness, wherever we are.

Ps: Mainha, Painho, Renata, Julia, Paula, Tia Pipipa, Tia Bá, Pati, Victor, Amanda and vovó, you guys are my everything.


quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Ir à praia: um passeio provavelmente irritante

Feriado. Pensou em praia?

Eu não.

Porque a primeira coisa irritante de ir a praia é que você tem que ir feia básica. Tem que sair de cara lavada, havaianas e rabo de cavalo. Só Gisele Bundchen consegue ser bonita na praia.
Confesso que não aguento e sempre dou uma roubadinha. Passo uma base, um blush e um batonzinho de leve.

Aí o namorado pergunta com ar de estranhamento: “Amor, você passou maquiagem pra vir à praia?”
Eu: “Claro que não, né? É que eu nasci bonita mesmo".
Namorado: “Ah bom”.  

Eu pagaria excesso de bagagem se fosse à praia de avião. Protetor solar pro corpo, pro rosto, chapéu, hidratante pós sol, protetor solar pros cabelos, pente, toalha, roupa seca, óculos e uma boa dose de paciência. Praia é um lugar tão primitivo que a gente tem que levar a vida dentro de uma bolsa pra não acordar no outro dia com um câncer de pele e o rosto da Dercy Gonçalves.

A segunda coisa mini-irritante é o tal do sol. Eu sou fã da camada de ozônio! Eu amo a camada de ozônio! Porque raios tinham que destruir a coitada? Ela era tão boa pra gente...

E aí você senta na praia com uma louca que tira a roupa e se joga na areia pra se bronzear. Não suficientemente louca ela pergunta porquê você também não vai.

- Eu? Me bronzear? Pra quê?  (As pessoas que se bronzeiam normalmente não entendem essa pergunta)
- Pra ficar bronzeada, né?
- Mas eu gosto da minha cor.
- Mas é bonitinho uma marquinha...
- Porque é bonitinho ser de duas cores? Sempre fui de uma cor só e vivi muito bem até hoje.
- Então você nunca se bronzeia?
- Só quando eu fumo crack.

Outra coisa que me irrita são as pessoas extremas (extremamente feias e extremamente bonitas). As extremamente bonitas não esperam nem sair do carro e já vão arrancando a roupa. E o melhor de tudo é que elas tiram fotos com o mar no fundo e colocam no instagram com uma legenda do tipo: “Como Deus é maravilhoso”, “Que natureza bela”. Só que no fundo elas queriam escrever: “Diga que a minha perna tá grossa, minha barriga tá linda e curta a minha foto porque eu malhei muito”.

As extremamente feias me incomodam porque elas obrigam a gente a olhar pra bunda delas. E parece que quanto mais feia é a bunda da pessoa, mais ela passa aquela meleca daquele “cenoura e bronze”. E a bunda da pessoa que já era feia... começa a ficar laranja! Agora me diga: por que que uma bunda feia bronzeada é melhor que uma bunda feia branca? Bunda feia é bunda feia. Não adianta bronzear!

A última coisa extremamente irritante (talvez a mais irritante de todas) são aquelas pessoas super felizes jogando bola.  Juntam 50 homens feios exóticos e gordos fora de forma numa areia melequenta, sem delimitação de campo e o terror está formado. A qualquer momento você pode ser derrubada por eles ou pela bola. Minha vontade é de pegar a bola, jogar pra marte e dizer: “Pronto! Acabou a brincadeira! Vão brincar de outra coisa! Vão fazer castelinho de areia que é uma brincadeira muito mais civilizada!”.

Praia precisa ter um gerente! Dilma tem que nomear alguém pra colocar ordem nesse lugar. Como que as pessoas normais como eu vão poder usufruir desse espaço? Se onde eu passo tem uma bunda laranja, uma criança me melando de picolé caseiro de caicó, um peladeiro me derrubando, um sol me queimando?

Aí depois a chata sou eu.   

domingo, 26 de agosto de 2012

Aprendendo com francesas e cavalos



Não costumo folhear revistas quando vou ao salão, sempre prefiro conversar sobre “gayzises” com o cabeleireiro. Mas da última vez em que estive lá, uma capa me chamou atenção: “O segredo das mães francesas”.

A matéria falava sobre uma americana – Pamela Druckerman – e o seu livro “French children don’t throw food” (Crianças francesas não atiram comida). Tudo começou quando ela foi morar na França e passou a sentir vergonha do comportamento dos próprios filhos. Intrigada, ela passa a pesquisar as mulheres francesas e os que elas fazem para os seus filhos serem tão bem educados.

Falemos do Brasil.

Ninguém mais se espanta com criança dando mini-showzinho em supermercado, loja de brinquedo, restaurante... É rotina, é normal.

Só que não é.

O adulto esquece que quem manda é ele. Que ele é detentor do controle e ele dá a ultima palavra, doa a quem doer. Criança necessita de disciplina. Do verbo “necessitar” mesmo. Sem ela a criança sofre.

E criança não é besta, ela testa o adulto. Eu mesma já tive o meu dia de Ivete Sangalo aos 5 anos e dei showzinho no supermercado. Eu queria um chocolate e o meu pai disse que não. A partir daí eu comecei a fazer “escola de samba” – apelido que minha avó deu ao movimento simultâneo de pernas, braços e cabeça que eu fazia quando era contrariada – e a gritar. Meu pai, com sua inerente calma, pegou o chocolate e passou no caixa. Eu, achando que tinha sido mais esperta, fiquei com aquele sorriso de vencedora, conta ele. Chegando em casa, ele dividiu o chocolate entre quatro: ele, minha mãe e minha duas irmãs.

Resultado 1: meu pai foi adulto suficiente para ser mais esperto que eu.
Resultado 2: faz 20 anos que eu não dou showzinho no supermercado.

Mariana, e os cavalos?

Bom, o meu professor costuma dizer o seguinte: “Os cavalos são muito inteligentes e eles sempre vão testar você. O que você tem que fazer é pensar antes dele. Você manda. Não seja passiva. Encurte a rédea”.  

E é bem assim mesmo: se a gente deixa a rédea longa demais, dá margem pra eles fazerem o que quiserem. Inclusive nos derrubar. E com criança não é diferente. Pulso firme é essencial. E que fique claro que isso não tem nada a ver com palmada ou gritos, mas com olhar firme e tom de voz. O respeito que o próprio adulto se dá, é o que ele terá de volta da criança.

Cavalos e crianças: uma comparação infeliz. Mas comparei tá comparado. Longe de mim voltar atrás.

Gayzises: conversa sobre o que rola no mundo da moda, cabelo e maquiagem..

Mari Lima