Existem dois tipos de fãs nesse mundo: os enlouquecidos e os normais. E por não ser capaz de compreender nenhum desses dois tipos, eu jamais poderia ser famosa.
Quando a Amy Winehouse morreu eu fiquei chocada. Não com a morte dela, claro, mas sim com os fãs que deram entrevistas para os jornais.
O presidente do fã-clube dela no Brasil (pausa para vergonha alheia), ao conceder entrevista a vários jornais, mostrou a Amy tatuada em seu braço e falou sobre o vazio que a morte dela causou em sua vida.
Tudo bem gostar das músicas de uma cantora. Eu mesma gostava das músicas dela. Mas sempre que eu vejo uma pessoa que é presidente de fã-clube (desculpa fazer outra pausa para vergonha alheia, mas é necessário) eu fico com vontade de mandar uma carta, um e-mail, um tweet, um murro na cara... perguntando:
- Amigo, qual o seu problema? Porque você é assim? Sua mãe foi assassinada, seu pai lhe abandonou, sua namorada cometeu suicídio? Qual o seu problema?! Tá carente? Compre um poodle, um hamster, um aquário, uma boneca inflável... Mas, por favor, não pinte a cara de uma pessoa, que nem sabe que você existe, no seu braço! Isso é muito down!
E se gente de fã-clube é enlouquecido, quem são os fãs normais?
São aqueles que pedem autógrafos e tiram fotos.
Uma amiga (alô, @_marianafreire), que não é carente, ficou arrependida de não ter tirado uma foto com Vanessa da Mata no último show que ela fez aqui em Natal.
Mesmo gostando das músicas dela, eu não consigo entender o que move uma pessoa (normal, vale salientar) a esperar numa fila para tirar foto com uma pessoa que ela nem conhece.
- Ah! Mas ela é cantora!
- Tá. E eu sou professora. Você vai tirar uma foto comigo por causa disso?
E vocês já perceberam que, nessas fotos, a pessoa famosa fica com cara de “não agüento mais sorrir” e a outra com um sorriso bobo que quase chega às orelhas?
E é por essas coisas que eu penso que eu jamais poderia ser famosa. Simplesmente porque eu não saberia ser.
Quando um fã chorasse e se esticasse para tentar ticar minimamente na minha mão, eu diria para o próprio bem dele:
- Deixe de ser ridículo, largue a minha mão e vá procurar alguém de verdade pra amar!
E quando Angélica me perguntasse:
- Mariana, que tal participar do vídeo-game, fazer coisas ridículas, fingir que gosta dos fãs, que cada programa se passa em um dia diferente e que a gente é podre e não troca de roupa?
- Não, Angélica. Obrigada. Eu tenho família, jamais os envergonharia de tal maneira.
E quando Faustão me convidasse para a dança dos famosos, eu responderia:
- Faustão, se dançar na Dança dos famosos inclui ouvir as suas piadas e fingir que são engraçadas, eu passo. E nem me chame pro arquivo confidencial, que eu não vou fingir surpresa e o mundo não precisa saber que a minha família me ama.
Ser famoso deve ser mesmo muito chato. Eu até gostaria de ser, caso não existissem os fãs, claro.
Mari Lima
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